Reprodução
Os curiós são bastante precoces e as fêmeas costumam iniciar sua vida reprodutiva no segundo ano de vida. Há casos de fêmeas que criaram aos 10 meses de idade, mas são exceções. Os machos já podem galar no segundo ano, mas dificilmente são aceitos pelas fêmeas antes de adquirirem a definitiva plumagem negra dos adultos.
A temporada de reprodução, embora possa variar um pouco segundo as características climáticas de cada região, vai de setembro a março. Normalmente, as fêmeas se aprontam para a reprodução com a chegada da estação chuvosa, que na natureza é a época da abundância de alimentos.
As fêmeas devem estar em gaiolas criadeiras individuais, arranjadas de forma que uma não possa ver a outra. Se forem muitas, o melhor é distribuir as gaiolas em prateleiras, com uma chapa divisória entre elas. As melhores divisórias são feitas de material não absorvente e lavável, como o poliuretano, o plástico ou a fórmica. |
As fêmeas devem ouvir o canto dos galadores, sem contato visual . Cabe ressaltar que algumas fêmeas ficam fiéis ao canto do ambiente onde foram criadas, não aceitando a corte de galadores com outro canto. Assim, uma fêmea criada onde o canto dos machos é Paracambi, poderá não aceitar a corte de curiós com canto Praia. A maioria das fêmeas pode ser estimulada para a reprodução apenas ouvindo a gravação de um CD com o canto do curió. Nesse caso, o melhor é preparar uma gravação que contenha, além do canto propriamente dito, as rasgadas ou serradas típicas dos galadores em cortejamento. Os CDs comerciais com gravações de canto clássico não configuram boa opção para estimular o instinto reprodutivo nas fêmeas. O galador com o qual se deseja cruzar uma fêmea deve ser mostrado para a ela vez ou outra, por alguns segundos, para que cante para ela. Dessa forma o casal vai se acostumando um com o outro e as reações da fêmea nos indicarão o momento adequado para o acasalamento. Quando as fêmeas podem ouvir o canto de vários curiós, poderão acasalar pelo canto com algum deles, rejeitando a corte dos demais. Esse poderá tornar-se um transtorno para o programa de acasalamentos do criador. Quando todos os curiós do plantel cantam o mesmo canto, a rejeição de um galador torna-se menos provável.
Ainda que seja quase impossível preservar o canto clássico em um curió que se empregue na reprodução, muitos criadores mantêm o galador de canto melhor fora do ambiente de reprodução, empregando outros curiós como cortejadores. O curió com melhor qualidade de canto só é trazido para perto da fêmea no momento de efetuar a cobertura, quando ela estiver receptiva à gala, sendo retirado imediatamente após a cópula. Essa prática complica o processo reprodutivo, mas pode ser tentada.