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Manejo com filhotes
Manejo com filhotes

 

VARIAÇÃO DA TÉCNICA DE ENSINAR FILHOTES: FAZER PARDOS NO “BANDO”

Descreveremos a seguir, uma metodologia muito empregada por alguns criadores e mantenedores de curió para o encartamento do canto PGC. Entretanto, não podemos afirmar que todas as metodologias para o encartamento do canto são exatas, sempre existem exceções, uma ou mais variantes. Todas as técnicas têm suas vantagens e desvantagens. É condição sine quo non atentar para todos os cuidados necessários.  Na verdade, é uma técnica antiga, embora muitos sejam contra, quando bem aplicada, apresenta resultados satisfatórios. Muitos curiozeiros, gostam sempre de adquirir mais de um filhote por temporada, pois as chances de aproveitamento são matematicamente maiores.

Diversos criadores, mantêm filhotes em ambientes apropriados no tocante ao isolamento acústico e confinados em grupos num gaiolão ou individualmente, à espera  de novos proprietários, ou para possíveis testes em busca dos resultados de uma nova cruza efetuada. Alguns distribuidores (entrepostos), também utilizam-se deste artifício. Basicamente, os filhotes machos ou a ninhada, são mantidos dois a dois numa gaiola número 5, ou, individualmente, colocados à distância de 20 a 30 cm entre elas, ou seja, cara a cara, com a face maior da gaiola voltada para  a outra e dispostos em prateleiras. Se os filhotes estiverem brigando, deve-se separá-los. Desta forma, na maioria das vezes, os filhotes machos aparentemente ficam inibidos ou entretidos e chulrriam pouco, prestando mais atenção ao aparelho de som (Cd, disco vinil, fita ou chip). Diz-se popularmente que os filhotes estão “travados”. Assim, o preceito básico consiste em possibilitar que o filhote escute mais (no que diz respeito à aprendizagem e fixação do canto) o aparelho de som, impedindo-o de vir afoito, precoce e com grande chance de imperfeições no canto. É ótimo para aqueles curiozeiros que gozam de pouco espaço físico (ambientes). Porém, quando utilizada esta metodologia, é de suma importância estar mais do que atento, pois, se um filhote vir emitindo notas estranhas, gritando, cantando com vários defeitos, omitindo notas etc, todos os outros poderão vir a fazê-lo. Deve-se logo separar o indivíduo imperfeito. Da mesma maneira, se um filhote já se mostre promissor, marcando e quase soltando o canto, também deve-se separá-lo de imediato num ambiente apropriado. Quando tudo estiver sob controle, os filhotes serão mantidos juntos até a muda de pardo (4 a 5 meses de vida), daí, separados. Muitos que empregam essa técnica, afirmam que, quando juntos, os filhotes interagem com membros da mesma espécie, sendo mais difícil absorver sons de outras aves do meio externo (pardal, bem-te-vi, tico-tico, corruíra, cambacica etc), embora isso não seja uma lógica perfeita. Assim, muitos curiós de grande relevância foram doutrinados desta forma. Respeitando-se todos os cuidados básicos, é possível encartar o canto PGC  em filhotes mantidos sozinhos no seu ambiente ou “no bando” , conforme descrito anteriormente. As variantes são grandes e constantes, mas, o importante é cada um aplicar o método que melhor se adapte e com melhores resultados, cada caso é um caso. Nosso intuito é manter nossos Associados e Amigos muito bem informados, contribuindo com informações e conhecimentos para a melhoria e excelência do nosso salutar e amável hobby, os Curiós!

   

MANEJO DO FILHOTE


                                 

O ambiente em que mantemos o filhote deve ser relativamente confortável,  bem arejado, desprovido de correntes de vento, umidade excessiva tais como banheiros e cozinhas e em nenhuma hipótese deverá ter as paredes revestidas de azulejo, cerâmica ou pastilhas pois tais ambientes não absorvem o som (por serem revestidos com material refletivo e não absorvente) das ondas sonoras provocando eco (reflexão da onda acústica pelas paredes) e reverberação (persistência de um som num recinto limitado, depois de haver cessado a sua emissão pelo pássaro). A conseqüência direta é a má formação do timbre, com a metalização da voz do filhote, dotando-o de um timbre com testura  irritante, com a eliminação da maviosidade e maciez. (perde o veludo da voz). Tal preocupação é dispensada com o uso das gabines de vetorização.

O ideal seria um ambiente revestido com cortinas, se possível paredes revestidas de manta de espuma de nylon ou qualquer material absorvente sonoro. Aos 03 (três)  meses  ou próximo desta idade o filhote confinado inicia a emissão dos PRIMEIROS ASSOBIOS e em  15 (quinze) dias já está com o canto (ou o que ele estiver executando como canto) completamente limpo de CORRICHADOS.  O canto a partir desta data será composto apenas por assobios inicialmente acelerados e meio descoordenados (dizemos que o canto está turbado) o que vai se ajustando com o passar dos dias. O filhote apresenta-se bastante agitado, muito nervoso irritando-se com muita freqüência,  principalmente com o dorminhoco (pequeno poleiro alto da gaiola), efetuando com freqüência uma espécie de vôo  giratório em torno da extremidade do dorminhoco com emissão de sons que se assemelham a um CHILREADO que acompanha os movimentos circulares (três a quatro voltas completas e contínuas no ar) que se assemelham ao pairar de um beija-flor em visita a uma flor, só que no caso em questão a extremidade do dorminhoco faz às vezes da flor e o filhote gira voando em torno da extremidade. Tal movimento é conhecido entre os criadores que usam o método pelo o nome de BEIJA-FLOR .(Não confundir com Salto Mortal  LOOPED etc.)

Neste estágio,  passamos a ministrar a instrução apenas duas vezes por dia (início e fim do dia), tomando por base a prática do método, temos verificado que os filhotes não suportam a massificação das instruções  e se estressam  retraindo-se,  comprometendo todo o desenvolvimento da ALTO CONFIANÇA no momento em que começa a ter as primeiras experiências com o canto. As conseqüências são as piores possíveis pois, com instruções desnecessárias ocorre o desinteresse total do filhote e se estabelece o medo. Neste estágio o canto já se encontra vetorizado precisando apenas ser exercitado com tranqüilidade e moderação para que tenha um bom desenvolvimento. Ministrar instruções Longas e demoradas, nesta fase do ensinamento, estabelecerá  Aspectos  Territorialistas no filhote tais como disputas de canto com a instrução. Tal fato leva o filhote a fragmentar suas emissões de canto inibindo totalmente o processo de aprendizagem e repetição, quando não afeta o estado psicológico com o estabelecimento do medo causando danos irreversíveis tais como: Destruição do Temperamento (com abertura de asa constante), Auto Depenação, (arrancamento das penas pela ave)  Afinamento (imobilização da ave no poleiro por longos períodos).

O filhote, em nenhuma hipótese, deve deixar o recinto de confinamento  sobre quaisquer pretextos, e muito menos a capa ser removida; em nenhuma hipótese deve tomar conhecimento do mundo exterior para não dividir a sua atenção com o que acontece lá fora. Nesta fase, qualquer manejo da gaiola pode provocar a estimulação do temperamento levando o filhote a um estado de agitação e nervosismo que prejudicará todo o trabalho em desenvolvimento pois o manejo precoce pode desencadear o processo de repetição do canto antes que ele se forme completamente levando a ave a só cantar fragmentos, não mais se interessando pelo aprendizado, e pior ainda, estabelecer o hábito de repetir um fragmento de canto. O estado de agitação e nervosismo (enfezamento) que acometem filhotes de excelente procedência o leva a externar de forma exagerada um temperamento fortíssimo que conduz o filhote a uma fluência canora super abundante e exaustiva, provocando um cantar sem limites, levando o filhote a um estado de rouquidão irreversível quando não o derruba do poleiro num ataque fulminante que lhes ceifa  a vida.

Registro aqui o fato de que alguns filhotes da linhagem  ESTRELA  BAIANA interromperam o corrichado entre 45 (quarenta e cinco) e 60 (sessenta) dias de apartação da mãe, iniciando precocemente a fase de limpeza do canto com emissões de assobios. Tal fato, embora muito desejável por parte dos criadores, tem acarretado uma gama muito grande de problemas pois a SIRINGE (órgão responsável pela fonação) necessita de no mínimo 90 (noventa) dias de corrichado para poder se desenvolver e executar assobios com a fluência e intensidade característica desta linhagem de  excelentes curiós que se desenvolve no Sul da Bahia. Valho-me do conhecimento de alguns casos ocorridos entre nós sendo que o de rouquidão tem sido muito freqüente. Os filhotes aqui referidos começam a assobiar de maneira exaustiva e ininterrupta, apresentando volume de emissão de canto e  fluência excepcional sobrecarregando a SIRINGE que não estando completamente desenvolvida começa a apresentar problemas que vai desde a rouquidão (com a perda da afinação e em seguida da voz) até a morte do filhote.

Em tais casos, o filhote deve ser contido a qualquer custo. Deve ser conduzido a local onde predomine a penumbra (presença parcial da luz) e desativado todos os meios e recursos de estimulação do canto tais como:  sons produzido por rádio, reprodução de instruções através  de quaisquer meios, predominando o silêncio absoluto inclusive a eliminação de quaisquer influências externas, em especial o canto de outro pássaro, devendo predominar a tranqüilidade e o silêncio absoluto mesmo que em último recurso tenhamos que coloca-lo “cara a cara” com um outro filhote fêmea , de idade semelhante, durante o tempo que se fizer necessário para a recuperação dos danos por ventura já causados na SIRINGE ou por prevenção. Em casos de lesão a SIRINGE, (rouquidão do filhote) ministrar no bebedouro água potável com pequenos pedaços de casca desidratada da fruta  ROMÃ,  (fruto da romãzeira) que tem dado bons resultados. Não exagerar na quantidade de casca, pois a mesma produz rapidamente coloração amarelada na água com um forte amargor. O tratamento deve ser suave e durar até cessar a rouquidão. Lesões da SIRINGE por exaustão tem sido uma preocupação constante entre os criadores da raça ESTRELA.

Ao atingir os 04 (quatro) meses de idade o filhote já emite todo o dialeto ensinado apresentando algumas dificuldades, tais como: a emissão em demasia de determinadas notas ou a eliminação de outras, verificando-se com freqüência no caso do Canto Praia Grande Clássico uma desordem na estrutura do canto por ser muito extenso e variado.

Alguns filhotes  negam a entrada de canto, outros os arremates, outros ainda, fazem uma confusão generalizada. Tudo depende especificamente de cada um, de uma maior ou menor capacidade de assimilação, sendo que algumas características estão sempre ligadas a outras, ou seja, uma característica provoca o surgimento de outra, é a causa gerando um efeito. Vejamos,  os filhotes que apresentam o canto bastante desordenado geralmente são muito fluentes e emitem com muita rapidez e facilidade tríades (conjunto de três notas)  que predominam no canto Praia Grande propiciando a confusão a que me refiro, pois bem,  tais filhotes são geralmente os que irão repetir canto pois a fluência associada ao fôlego são condições indispensáveis para tal fim. Os filhotes que emitem demasiadamente certas notas o fazem porque ainda não automatizaram a emissão correta do canto e tendem a executa-lo todo em tríade (conjunto de três notas) não observando os conjuntos de duas notas (dual) que eles executam como tríades acrescentando uma nota a mais. Temos observado que certa deficiência ocorre por excesso de determinada qualidade, os filhotes apresentam tendências das mais variadas, compete ao criador identifica-las e dosa-las buscando a formação correta do dialeto. Aí começa a etapa de lapidação do canto.